domingo, 24 de março de 2013

Eu, Pedro, Ana e Salomão


Em parte concordo com o Mílton, quando canta Canção da América, falando de amigo. Legal guardar dentro do coração e no lado esquerdo do peito, Quanto a isso, estamos juntos. Mas eu não gosto da ideia de "guardar debaixo de sete chaves". Ainda que "sete" seja, biblicamente, o número da perfeição, prefiro abrir mão dessa perfeição-segurança das chaves e dizer que na minha opinião amigo é coisa para alardear, falar, dizer e gritar aos quatro ventos. Por isso, entendam este texto como grito e alarde!!!

Pois bem. Um dia, através de Andrea Monte, fui apresentado a Ana Paula. Através de Ana Paula, fui apresentado a Pedro Henrique. A gente se encontrou, conversou e selou uma amizade tão grande, que pode ser definida através das palavras do sábio Salomão. Em O Livro de Provérbios ele diz, que "...há amigos mais chegados do que um irmão" e  "...em todo tempo ama o amigo e na angústia nasce um irmão". Dito isto e fim, Já seria o bastante!. Mas Salomão avança um pouco mais e diz também que "a boca fala daquilo que o coração está cheio". É por isso, de coração e boca cheios, que vou falar mais sobre eles. 

Pedro Henrique e Ana Paula são meus amigos-queridos-companheiros-de-vagem. Fazemos um trio de dar medo. Dar medo porque qualquer porta aberta que se colocar à nossa frente, a gente ultrapassa e vai embora, pra qualquer canto do mundo. E quando resolvemos ir, só tem dia pra sair e não tem dia nem hora pra voltar. Não há mala pesada que nos impeça, não há aeroporto que não nos ofereça voo, não há barreira linguística que nos impossibilite, não há imigração e segurança de cara feia que nos faça dar um passo atrás. A gente vai, e pronto!

Já demos algumas voltas por este mundão que começa no Recife.  Já fizemos roteiro junto e roteiro separado. Quando o programa é de interesse comum (fotografia, música, teatro, museu...) estamos juntos. Quando o programa é de interesse individual (futebol e cemitério, risos...) estamos separados. Não há noia, não há dependência nem cobrança. A gente se ama assim, desse jeito. Por isso, a gente já rodou por aí e já viu muita coisa: o Papa e a Rainha, o Sena e o Elba, o Louvre e o o Prado, o Vaticano e a Torre, o Champs e o Père, a Sagrada Família e o Moulin, o Coliseo e a Plaza Mayor, só pra economizar na relação.

Da última vez, tivemos o (des)prazer de conhecer o "pior mosqueiro" do mundo. Mundiçar é turistar, risos. Foi assim: Chegamos em NY. Pedro e Ana fizeram check-in no seu hotel (às vezes ficamos em hoteis diferentes), aterrissaram as malas e resolveram ir comigo ao hotel que eu havia reservado. A ideia era deixarmos no hotel a minha mala e de lá sairmos para dominar as 5ª, a 6ª e 7ª avenidas, incluindo Broadway, adjacências e tudo o mais que houvesse num raio de 7mil quilômetros. Quem é que vai para NY para ficar em quarto de hotel, dormir e descansar? Alguém. Não nós! 

Chegando lá, não havia hotel. Havia um holliday (aquele meu vizinho, lá pros lados de boa viagem) exponencialmente piorado. O ambiente da entrada, que seria hall ou recepção, era a antessala do inferno. Recebi uma chave com a recomendação de dar uma olhada no quarto e, "se fosse do meu agrado, eu faria o check-in". Subimos, meioquaseamedrontados com a aparência do ambiente e fomos ver o quarto 307. Quarto? Como assim? Havia uma cama estreita e quinze centímetros para se locomover, não mais. Não havia guarda-roupa ou qualquer outro móvel e o banheiro estava em estado de putrefação e nojo extremos. Óbvio, Impossível ficar.

Saímos dali de olhos arregalados! Ana me olhava e dizia: Ei... ei... olha pra mim... relaxa... a gente vai achar um lugar, dá-se um jeito, desencana, fica bem! Eu continuava de olho arregalado. Onde é que eu iria aterrissar a minha burrinha? Pedro falou, decidido: vamos comer alguma coisa, depois voltamos pro hotel onde eu e Ana estamos, a gente entra na internet e arranja outro lugar. Claro que me preocupei. Era quase o dia seguinte, a noite estava fria e eu ainda não tinha um lugar para ficar, descansar, dormir.

Assim foi. Comemos pizza. Voltamos ao hotel de Pedro e Ana. Plugamos a net. Fizemos uma nova reserva. Eles foram comigo e só me deixaram depois que eu já estava instalado, check-in feito, e agora com um lugar onde poderia ficar e dormir, enfim. Saíram, e só agora vão saber, eu chorei. Não apenas um choro de alívio, porque de alguma forma tudo se resolve,  mas chorei um choro agradecido porque eles existem, porque eu os tenho amigos e os considero irmãos.

E para colorir a mensagem, aí vão algumas fotos do trioshowdebolapipocodedjá!!!






















3 comentários:

  1. Afff... Ainda bem que eles estavam, e sempre estarão lá, ou onde for, não é???
    Depois vc me diz o nome da espelunca, para não correr o risco.
    Muito bem alardeado!!
    Beijos,
    Kátia

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  2. "...Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza..." serve, principalmente, para os amigos. Muito bonita a homenagem aos seus amigos e companheiros de viagem, Mô Bem. "Emocionei". Mas, como você próprio é um amigo maravilhoso, pelo companheirismo, dedicação, atenção, alto astral,generosidade e leveza, merece os melhores amigos que a vida proporcionar. Viajar com você é um privilégio. Beijos, da amiga e fã, Da Paz.

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  3. Meu IRMÃO,
    É com muito atraso que respondo esse post, porém não o esqueci, isso é impossível!!!
    Fiquei muuuuuito emocionada e agradecida pela homenagem e amei TODAS as fotos, estando eu feia ou muito feia, é sempre muito legal nos vermos na luta, na alegria ou na tristeza.
    Agradeço a Deus a oportunidade e a alegria de termos encontrado e preservado você em nossas vidas e mais ainda a imensa felicidade de viajarmos juntos.
    Deus te abençoe e te proteja sempre!
    Um beijo no coração e devo dizer: TU É O SHOW DA BOLA!!! TE AMAMOS!!!!

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